Friday, August 26, 2005

Bancos
Antigamente tínhamos as fichas furadas, numeradas.
Hoje temos o Millennium BCP.
Para quê?
Antigamente íamos para a fila. Esperávamos o tempo que fosse preciso mas sabíamos com o que contávamos.
Hoje vamos ao Millennium, à espera de demorar o mínimo, cheio de máquinas automáticas e continuamos a ter filas nos balcões (com menos gente) e nas caixas.
Bad thing....

Sunday, August 21, 2005


Vou à praia de S. João da Caparica.
Bom dia de praia.
À saída apetece uma salada e imperial no Oceanus.
Sentamo-nos. Nada. Não há serviço de mesa. Atrás do balcão dois homens, se calhar os donos não fazem nada. Olham.
O meu filho levanta-se e pergunta se têm serviço de mesa. Dizem que não e entregam-lhe uma lista.
Peço uma salada e Boémia. Não há Boémia, só imperial Super Bock. Que vem servida em copos de plástico. A salada de frango tem um molho cor de rosa, sem mais temperos. Não gosto de molho cor de rosa. Não gosto de copos de plástico.
O ano passado estive em Espanha. No anterior em Itália, Nunca me ofereceram copos de plástico nem molho cor de rosa.
Acho divertido alguém pensar que Portugal pode se desenvolver suportado no turismo.
Não temos cuidado, respeito, sofisticação, atenção, interesse, vontade, preparação, experiência, profissionalismo. Só praias e Sol não chegam.
Ehhehehheh,....

Thursday, August 11, 2005


Ontem fui ao Pingo Doce comprar frescos.
Comprei umas ameixas por 3 euros, o que não é barato.
Cheguei a casa e trinquei uma. Um nojo global. Sem sabor, pouco maduras e uma textura inqualificável, género farináceo químico. Tudo para o lixo. Vamo-nos queixar e ver o que acontece.
O que é que ainda não aprenderam?
Vão a um supermercado Tesco em Inglaterra e vejam como se pode vender muito bem, e barato.
De que serve vender português e anunciar preços muito baratos para aquela merda de produtos?
Porque ainda não há bons supermercados neste país?
País desenvolvido?
Talvez, mas não será pelas nossas lojas alimentares de centro de cidade.
A falta de concorrência é o problema. Liberem as leis de trabalho e licenciamento de superfícies alimentares e vão ver o que acontece.

Wednesday, August 10, 2005


Retirado do site da SIC.pt. Absolutamente directo.


A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

José Gomes FerreiraSub-director de Informação
http://www.sic.pt/


Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas. Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos: 1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica? Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências? Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair? Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis? Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo? 2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios... 3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei. 4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre. 5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade. Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime... Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal? Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país. Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime. Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer: 1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar. 2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas). 3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores 4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei. 5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível. 6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios. Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo. José Gomes Ferreira
Cópia de Email enviado à Polícia Municipal (pm@cm-lisboa.pt) dia 4 de Agosto.
Exmos Senhores,
Desde a semana passada, temos parada à nossa porta, Rua da Emenda, xx, r/c, uma furgoneta Mercedes com a matrícula 56-59-ZD, com um ar suspeito (velha, em mau estado, com espelhos partidos e sem se conseguir ver para dentro).
Encontrando-se a mesma num local de futuro estacionamento limitado, e realçando, desde já, o empenho que a vossa força, por motivos absolutamente inesperados, dedicou à “limpeza” dos problemas de estacionamento da rua nos últimos meses, agradecemos, caso se justifique, a vossa rápida intervenção.
Cumprimentos
Manuel xxxxxx

Tlm 962 5xx xxx

Resultado - Zero. Nem resposta, nem confirmação, nada. Email virtual suponho.

Mas,...há sempre um mas.
O descontraído cidadão encontra um polícia muito mal encarado e mal disposto à porta de sua casa e diz-lhe que aquela carrinha está ali parada, a enferrujar, pode ser perigosa com bombas, e eu sei lá mais não sei o quê....
Resultado - Polícia liga para a central e passada meia hora a carrinha desapareceu. Sin al de eficácia?

Não creio.
Porque é que este país só funciona quando não se respeitam regras e métodos?

Thursday, August 04, 2005




Lisboa em Agosto....
Grande cidade a nossa neste mês. Interrogamo-nos porque anda tanta gente de carro.
Andamos de Scooter por todo o lado, desde 1997. Em 8 anos apanhámos duas molhas absolutamente inevitáveis. Mas hoje demorámos 8 minutos a ir da baixa até Telheiras.
Lisboa não dá para andar a pé nem de biciclete por causa do relevo. Os transportes públicos são uma anedota. Os taxistas uma classe insuportável (com excepções...). A Scooter é de longe o meio de transporte por excelência. Roma tem 2 milhões de Scooters. Portugal inteiro tem 200.000.
O que falta explicar?

Wednesday, August 03, 2005

Terça à noite.
Momento da semana. Vem aí Desperate Housewives. 11h40m consta em todas as programações. Conhecemos estes senhores da TV. Ligamos para a estação (214179400) para confirmar. Que sim senhor que começa mesmo às 11h40m. "Mas tem a certeza?" pergunta o empenhado tele-espectador. Confirmam.
11h40m, 11h50m, 12h10m, nada. Ligamos outra vez, pedimos a grelha, fingimos ser o irado senhor Jejuíno que que xaber a que horas paxa a xérie das gajas boas. Às 12h40m. Acreditamos. Começa à hora. Mcluhan tinha razão O canal é a mensagem.
Para quando algum respeito pelos horários de TV? Vamos fazer queixa à Alta Autoridade.
Mas é Portugal. Nada mudará. Mas não desistimos.

Tuesday, August 02, 2005

Saímos à rua para ir beber um café à Rua Augusta (à Cafetaria Brasileira, um oásis de qualidade e eficiência nos snacks de Lisboa).
Mall pomos um pé na rua e a C tropeça num buraco aberto pela EPAL na calçada. Não há avisos, sinalizações, népias. Tornozelo dorido e sapatos para o lixo (rebentou-se uma das tiras laterais das sandálias). Vamos enviar uma carta à Câmara para ver o que acontece.
Mais à frente dois polícias a retirarem um bloqueador dum Megane que, mal estacionaod não incomodava ninguém, nem carros, nem transeuntes.
Ao lado, uma Ford Transit, parada no meio da rua, efectuavas descargas na Rua dos Bacalhoeiros (uma moda nova, agora já nem sobem os passeios, páram no meio da rua e o povo que se lixe, porque "Não vê que eu estou a trabalhar?").
Avisamos os polícias. "Não seria melhor ir fazer qualquer coisa mais útil? Multar aquele senhor ali?". Quase acabavamos presos!!
E os polícias continuarão a chatear quem não chateia, mas "a cumprir a lei", e os descarregadores continuarão a bloquear o trânsito quando quiserem. E os polícias não vão lá, porque dá trabalho e teriam sempre de "desculpar qualquer coisinha". Enquanto os bloqueadores são colocados à traição, na fisgada duma distracção. Por isso não se gosta deles. Por causa deles.
Oh Banca, oh que rica banca,...
Fui a uma das agências do Millennium da Rua do Ouro.
A invenção do self-service não funciona.
Para depositar um cheque, fila na caixa.
Para levantar dinheiro, fila na caixa.
Para ir à Caixa, 8 pessoas.
Estamos a voltar ao tempo das fichas. A banca ganha cada vez mais dinheiro mas o serviço não melhora ( http://pt.novopress.info/index.php?p=59 ).
Causas: 3 bancos controlam 60% do sector e têm unhas em quase toda a economia portuguesa. Não há concorrência a sério. Thats the problem.

Monday, August 01, 2005



Fui comer à esplanada do S. Carlos.
Bom ambiente, bons equipamentos, menu rico e qualidade da comida adequada.
Problema de sempre?
A conta.
15 minutos para entregarem a conta.
Quem trabalha em retalho já devia saber.
Pagar é sempre o acto mais doloroso do consumo e como tal tem de ser rápido e invisível. Como arrancar um dente.
Não é fácil perceber isto?
Não estragaram a refeição, mas quase....